Rio de Janeiro é o segundo estado mais endividado

Lares que receberam auxílio governamental priorizaram gastos com alimentos básicos
02 agosto 2021
Estado do Rio de Janeiro apresenta relação negativa entre renda e gastos dos domicílios
David Fiss
David
Fiss

Client Service & New Business, Brazil

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Nosso estudo Domestic View analisou sete áreas no que se refere a despesas que impactaram o bolso durante a pandemia em 2020, incluindo alimentação, moradia, serviços públicos, higiene pessoal e limpeza.

Na Grande Rio, em que 62% dos lares receberam auxílio governamental e 39% não, a renda média mensal foi R$ 1.546 e os gastos R$ 1.884, representando -18% de diferença. Já no interior e no leste do estado, onde 50% receberam, a proporção foi R$ 1.525 versus R$ 1.834 (-17%).

Os lares com auxílio governamental gastaram mais com alimentos básicos, enquanto os sem priorizaram indulgência e frutas, legumes e verduras (FLV). Na Grande Rio, nos lares que receberam auxílio, o consumo de carnes, aves, ovos e peixes representou 28%, seguido pelo de FLV, com 16%, salgadinhos e doces (9%) e pratos congelados prontos (7%). Já no interior e no leste esses percentuais foram 29%, 17%, 8% e 6%, respectivamente.

Análise Brasil

Considerando o Brasil todo, o estudo indica que 67% dos lares brasileiros estão endividados, e esse número sobe para 69% se considerarmos somente as classes C e DE. 

O consumo de alimentos e bebidas dentro do lar, higiene e limpeza caseira representaram quase 60% dos gastos nas classes DE em 2020, enquanto despesas em lazer, habitação e bebidas dentro de casa, ficaram concentradas nas classes AB.

As classes DE foram mais impactadas com gastos com habitação, passando de 18% em 2019 para 22% em 2020, e no setor de alimentação aumentaram o consumo de frutas, legumes e verduras, igualando esses gastos aos das classes AB.

As classes DE foram mais impactadas com gastos com habitação, passando de 18% em 2019 para 22% em 2020, e no setor de alimentação aumentaram o consumo de frutas, legumes e verduras, igualando esses gastos aos das classes AB.

Ainda no setor de habitação, o estudo aponta um importante movimento da classe DE migrando do aluguel para o financiamento, passando de 5% dos gastos em 2019 para 12% em 2020, reflexo de juros baixos e taxas atrativas para aquisição de moradia própria ou para investimento, que levaram a um aumento do mercado de financiamento imobiliário em 2020. Enquanto isso, as classes AB diminuíram gastos com trabalhadores doméstico (-3 p.p. em relação a 2019) e com manutenção/ reforma (-8 p.p.).

O aluguel de imóveis representou ¼ dos gastos de quase 17% das famílias no ano passado, principalmente das classes CDE. Os lares das classes AB e DE que pagam aluguel diminuíram gastos com alimentação e priorizaram outras cestas de consumo, como bebida alcoólica e artigos de limpeza nas classes AB, e higiene pessoal e FLV (frutas, legumes e verduras) nas classes DE. A classe C foi a única que manteve os gastos com alimentação, mesmo pagando aluguel, com destaque para doces, salgadinhos e pratos prontos congelados.

Entre os gastos com serviços públicos, energia elétrica foi o que mais pesou no bolso do brasileiro durante 2020. As classes mais baixas foram as mais afetadas, chegando a uma variação de 30% em relação a 2019.

O estudo Kantar Domestic View entrevistou de maneira online 5.779 lares no final de 2020. A amostra representa 57 milhões de lares brasileiros.

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